domingo, 17 de março de 2013

Simplesmente SER...


Sou forte. Meio doce e meio ácida. Em alguns dias acho que sou fraca. E boba. Preciso de um lugar onde enfiar a cara pra esconder as lágrimas. Aí penso que não sou tão forte assim e começo a olhar pra mim. Sou forte sim, mas também choro. Sou gente. Sou humana. Sou manhosa. Sou assim. Quero que as coisas aconteçam já, logo, de uma vez. Quero que meus erros não me impeçam de continuar olhando para a frente. E quero continuar errando, pois jamais serei perfeita (ainda bem!). Tampouco quero ser comum e normal. 
Quero ser simplesmente eu. Quero rir, sorrir e chorar. Sentir friozinho na barriga, nó no peito, tremedeira nas pernas. Sentir que as coisas funcionam e que tenho que trocar de jeito quando insisto em algo que não dá resultado. Quero aprender e, ainda assim, continuar criança. Ficar no sol e sentir o vento gelado no nariz. Quero sentir cheiro de grama cortada e café passado. Cheiro de chuva, de flor, cheiro de vida. 
Aprecio as coisas simples e quero continuar descomplicando o que parece complicado. Se der pra resolver, vamos lá! Se não dá, deixa pra lá. A vida não é complicada e nem difícil, tudo depende de como a gente encara e se impõe. Quero ser eu, com minha cara azeda e absurdamente açucarada. Não quero saber tudo e nem ser racional. Quero continuar mantendo o meu cérebro no lugar onde ele se encontra: meu coração. E essa é a melhor parte de mim.

Às vezes fico me perguntando porque é tão difícil ser transparente? 
Costumamos acreditar que ser transparente é simplesmente ser sincero, não enganar os outros. Mas ser transparente é muito mais do que isso. É ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar, de falar do que a gente sente.
Ser transparente é desnudar a alma, é deixar cair as máscaras, baixar as armas, destruir os imensos e grossos muros que no empenhamos tanto para levantar... Ser transparente é permitir que toda a nossa doçura aflore, desabroche, transborde! Mas, infelizmente, a maioria de nós não quer correr esse risco...
Preferimos a dureza da razão à leveza que exporia toda a fragilidade humana.
Preferimos o nó na garganta às lagrimas que brotam do mais profundo do nosso ser.
Preferimos nos perder numa busca insana por respostas imediatas à simplesmente nos entregar e admitirmos que não sabemos, que temos medo!
Por mais doloroso que seja ter que construir uma máscara que nos distancia cada vez mais de quem realmente somos, preferimos manter uma imagem que nos dê a sensação de proteção. E assim vamos nos afogando mais e  mais em falsas palavras, falsas atitudes, em falsos sentimentos. Não por sermos mentirosos, mas por termos nos perdido de nós mesmos, e já não sabemos aonde está nossa brandura, nosso amor mais intenso.
Com o passar dos anos, um vazio escuro e frio nos faz perceber que já não sabemos dar e nem pedir o que de mais maravilhoso temos para compartilhar: a compaixão, a doçura, o carinho, o amor...
Sugiro que deixemos explodir toda a nossa doçura!
Que sejamos simplesmente nós mesmos, sempre, e em qualquer lugar!
Que consigamos não prender o choro, não conter a gargalhada, não esconder tanto o nosso medo, não desejar parecer tão invencível.
Que consigamos não tentar controlar tanto, responder tanto, competir tanto... Que consigamos viver, sentir, amar!
E que a gente seja não só razão, mas também coração, não só um escudo, mas também sentimento.
E que saibamos amar, sempre, que sejamos transparentes, sempre, apesar de todo o risco que possamos correr...
É só disso que precisamos para sermos FELIZES!


Nenhum comentário:

Postar um comentário